31.1.07

Petição

Para que o ensino do Português não termine na Universidade de Cambridge. Assina aqui a petição.

Aborto e Civilização

O aborto voluntário vai tornar-se uma das grandes questões nas sociedades ocidentais. O regresso do tema à tolerante Holanda é só mais um sintoma. O interesse com que entre nós se vive o sim ou não no referendo é disso bom sinal. Há diversas formas de entrar no debate: desde a inconveniência ou ilicitude do aborto à fé religiosa, para cristãos com força de convicção de uma moral universal. Há outra posição que pretende ter validade universal: a científica, embora também aqui as provas não sejam acessíveis à imensa maioria dos homens e mulheres, que as admite por fé (na ciência).
A minha preferida – na linha de artigo (1983) do filósofo Julián Marias – é outra, acessível a todos e independente de conhecimentos científicos ou teológicos que poucos possuem. É a visão antropológica, fundada na mera realidade do homem tal como se vê, vive e se compreende a si mesmo.
Trata-se da distinção decisiva entre “coisa” e “pessoa”, que se revela no uso da língua. Em todas as línguas há uma distinção essencial: entre “que” e “quem”, “algo” e “alguém”, “nada” e “ninguém”. Se entro numa casa onde não há nenhuma pessoa, direi: “não há ninguém”, mas não me ocorrerá dizer: “não há nada”, porque pode estar cheia de móveis, livros, lustres, quadros.
O que tem isto a ver com o aborto? Muito. Quando se diz que o feto é “parte” do corpo da mãe, é falso, porque não é parte: está “alojado” nela, melhor, implantado nela (nela e não meramente no seu corpo). Uma mulher dirá: “estou grávida”, nunca “o meu corpo está grávido”. Uma mulher diz: “vou ter um filho”; não diz: “tenho um tumor”.
A pergunta a referendar, ao usar, em vez de aborto provocado, “interrupção voluntária da gravidez”, não só abusa da hipocrisia como se esconde sob a capa de despenalização. Os advogados do sim não gostam da comparação, mas com isto os partidários da pena de morte vêem as dificuldades resolvidas. Podem passar a chamar à tal pena – por forca ou garrote – “interrupção da respiração” (e também são só uns minutos).
Há ainda as 10 semanas, como se para a criança fizesse diferença em que lugar do caminho se encontra ou a que distância, em semanas ou meses, da sua etapa da vida que se chama nascimento será surpreendida pela morte.
O mais estranho é que para os progressistas o aborto é visto como sinal de progresso, enquanto a pena de morte é de atraso. Dantes denunciavam a “mulher objecto”, agora querem legitimar a criança-objecto, a criança-tumor, que se pode extirpar, em nome do “direito de dispor do próprio corpo”.
O direito (com bons propósitos) serve para nos impedir de entender “o que é aborto”. Por isso se mascara a sua realidade com fins convenientes ou pelo menos aceitáveis: o controle populacional, o bem-estar dos pais, a situação da mãe solteira, as dificuldades económicas, a conveniência de dispor de tempo livre, a melhoria da raça.
A tudo isto acrescem as tentativas de abolir as relações de maternidade e paternidade, reduzindo-as a mera função biológica sem duração para além do acto de geração, sem nenhuma significação pessoal entre o “eu”, o “tu” e o “ele(a)” implicados.
Felizmente, ao pôr-se a nu a grave dimensão da aceitação social do aborto, facilita-se o regresso de temas que os “progressistas” julgavam de direita e, por isso, ultrapassados: a família e a natalidade.
Não devemos estranhar que os mesmos que sempre se equivocaram sobre tudo, desde a natureza do regime soviético a Cuba, passando pelo fim do trabalho e as nacionalizações, se encontrem agora, de novo, unidos no “sim” ao aborto (e no “não” ao sofrimento dos animais). E, ontem como hoje, acompanhados de idiotas úteis. Alguns, pelos vistos, “liberais”, que desconhecem que a noção de liberdade para o liberalismo clássico é oposta à de “direito a ou de”. Para T. Jefferson os seres humanos são independentes, mas não da moral; se a desafiamos, não somos livres mas escravos, primeiro das nossas paixões e depois possivelmente da tirania política. Que tipo de governo democrático poderá controlar homens que não podem controlar as suas próprias paixões? Situação que piorará com a ilusão do Estado contraceptivo e a liberalização das oportunidades para a irresponsabilidade.
Diário Económico, 31-01-01
José Manuel Moreira, Professor universitário e membro da Mont Pélérin Society

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Pois É...

Constantemente perseguido pelos "média" e "opinião pública", ao estilo de Goebbels, Israel continua a ser um país que, em muitos aspectos, dá lições ao Mundo.
Com uma área pequena, e cercado por terroristas e países inimigos(com poucas excepções), defende, com o seu próprio sangue, a democracia, a liberdade de expressão, as minorias, a independência do poder judicial(quantas democracias no mundo teriam coragem de investigar os políticos mais importantes, mesmo em tempo de crise-como está a ser o Presidente da República-?). Portugal não, com certeza, como se viu no FAX de MACAU do Melancia. Ainda se lembram???).
Só assim é possível ver imagens diárias da Palestina, quando noutras regiões do Mundo se praticam atrocidades sem conta, perante o silêncio dos "média"e dos pseudo-iluminados.
Poucas pessoas saberão que, em Israel, cerca de 10% da população é arabe, com todos os direitos e liberdades como cidadãos, incluindo a intervenção na vida política.
Imaginam os mesmos direitos num futuro estado Palestiniano para os Judeus???

Esta explicação preliminar é necessária para dar conta de um facto histórico: um DEPUTADO árabe israelita, de seu nome GALEB MAGADLA, foi nomeado-e aceitou- ser ministro do governo israelita!!!
Mais uma lição de Democracia e convivência para as mentalidades retrógadas e rancorosas que proliferam pelo planeta.
Isto num dia em que mais um atentado terrorista matou inocentes israelitas numa pastelaria(por acaso algum dos críticos de Israel pensa nisso quando toma café calmamente?).
(texto enviado por Francisco R)

Ai os professores, ai...ai...

As crianças são incrivelmente encantadoras.
A professora mandou os alunos fazerem uma composição sobre a escola.
Eis o que se lia numa delas:

"A minha escola é pequena, mas muito bem arranjada. A minha escola é como se fosse um jardim, nós, os alunos, somos as flores, e a senhora professora é como se fosse um monte de estrume que nos faz crescer belos e fortes."

Sem palavras....

(enviada por mail. Obrigado, Vitor M)

O inefável Meneses

A propósito das buscas na Câmara de Lisboa, Luís Filipe Meneses, putativo candidato a presidente do PSD, disse que havia um novo terramoto!
Ora o que aconteceu até agora foi a constituição de 2 arguidos (a vereadora Gabriela Seara e um Director Municipal), sendo que, no caso da vereadora, com fraca base jurídica(se os assuntos foram aprovados em reunião da C.M., porquê só ela? Eos outros que aprovaram também?)
Num processo que investiga Pimenta Machado, antigo presidente do Vitória de Guimarães, foi constituído arguido Luís Cirilo, assessor de Menezes na empresa "Gaiurb". O que é que Menezes disse deste facto?
De acordo dom o semanário "SOL", esta maravilha:
"O senhor Luís Cirilo é um cidadão exemplar..."
"Não será o facto de eventualmente poder vir a ser constituído arguido num qualquer processo irrelevante que alterará esta realidade.
"Ressalve-se ,contudo, que, ser arguido, não é ser acusado e muito menos ser culpado do que quer que seja."
Entretanto, a notícia do "terramoto" foi retransmitida todo o dia, pelo menos pela TSF, e R.R.! Mas nada sobre o conceito de arguido!
Assim se faz política e jornalismo em Portugal!!!
(texto enviado por Francisco R.)

30.1.07

Aborto (VI)

Era minha intenção não voltar a fazer qualquer postagem da minha autoria em relação ao tema. Como tem havido bastantes reacções ao que tenho vindo a escrever, decidi fazer um último (espero...) texto.
Agradeço os comentários, sejam a favor da posição que defendo no referendo, sejam comentários de quem defende o SIM. É evidente que eu, ao tomar posição pelo NÃO, tomo-a por convicção. Mesmo que pessoas minhas amigas - sei que o são - me tentem convencer do contrário.
  • sou pelo NÃO porque acredito na vida e no ser vivo humano que se desenvolve em contínuo desde a concepção, considerando(posso vir a enganar-me...) que a aprovação do SIM levará pura e simplesmente à liberalização total do aborto. Baseado em princípios morais e éticos em que acredito, acho que não é esse o caminho.

  • Sou contra a perseguição, julgamento e prisão de mulheres que, conscientemente, tomem a decisão de interromper a gravidez.Não há aqui nenhuma contradição da minha parte. Houve e há propostas de alteração do Código Penal que compatibilizam estas minhas ideias. É só as pessoas quererem informar-se. Como não tenho qualquer tipo de formação jurídica,referi e remeti, em textos anteriores, para a possibilidade dessas alterações.

  • Não desfiro ataques pessoas, não tenho a presunção de ver a minha posição como a "mais certa", " a mais correcta", "a única que acabará com todas as situações dramáticas" que se vivem.Todos nós fazemos opções na vida. Muitas vezes erramos, outras vezes temos a humildade de aceitar que erramos. Num tema tão delicado, espero sinceramente que, caso vença o SIM, ou caso vença o NÃO, se dê um passo em frente na humanização e defesa de valores neste mundo tão materialista e egoísta.

Ponto final.

Abraço para todos.

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29.1.07

Aborto (V)

Para complementar a análise sobre o tema que, de momento, ocupa a agenda política em Portugal, transcreverei ( a partir de hoje) artigos de opinião de personalidades ligadas ao NÃO. O primeiro é de José Pedro Aguiar-Branco.
"Há, realmente, um equívoco interpretativo, para o senso comum, na questão que, no próximo dia 11 de Fevereiro, vai ser levada a referendo, sobre a interrupção voluntária da gravidez.Está em causa a mera despenalização do aborto praticado nas primeiras 10 semanas de vida do embrião humano – como querem aparentar os defensores do SIM – ou, da vitória do SIM, resulta a sua liberalização total, desde que verificado dentro do referido período de tempo?
Das sondagens que têm vindo a público, e das que, cada um de nós, vai, particularmente, efectuando resulta que a maioria das pessoas não tem a exacta noção do alcance que o SIM, à questão que é colocada, representa.Persiste, pois, um equívoco da máxima importância. Equívoco que, se não for, devida e antecipadamente, clarificado favorece os que defendem o SIM, como resposta a dar.
E favorece na medida em que, dizem os mais variados estudos de opinião, a maioria dos concidadãos aos quais choca, ainda que sob a forma meramente conceptual - já que não há memória ou registo de uma qualquer mulher que tenha sido julgada ou condenada pela prática de aborto nas primeiras 10 semanas de vida do embrião humano, ou condenada em qualquer momento que o tenha praticado –, a penalização da mulher que voluntariamente aborte, mais chocados ficam com a possibilidade de liberalização total do aborto, ainda que verificado no mesmo período de tempo, que, expressamente, repudiam.
Ou seja, não será cometer qualquer falta de rigor se afirmarmos que uma larga maioria das pessoas que se dispõem a votar SIM, porque não querem a penalização da mulher, nunca o fariam se tivessem a noção exacta de que do seu voto resultava muito mais do que isso: a legitimação do direito ao aborto, despido de qualquer censura ética, tornando-o numa conduta lícita que, por exemplo, impede a condenação criminal de quem incentivar, obrigar ou favorecer a mulher à prática do mesmo.
Se olharmos para outra chaga social, a droga, é como se – ao contrário do que acontece hoje, e bem, no meu entender – em vez de despenalizarmos apenas a conduta do consumidor, tornássemos lícita a conduta, também, dos que a traficam. Ninguém duvida que o consumidor precisa de ajuda, o traficante de veemente censura.
É, pois, muito oportuno e relevante que se enquadre correctamente a consequência da resposta – SIM ou NÃO - que se vier a dar à pergunta que vai a referendo.Do SIM resulta:- a consagração de um direito absoluto elevado à condição de direito mais importante que o próprio direito à vida.Ora, esse facto fere a menos exigente sensibilidade jurídica.Com efeito, no nosso quadro de valores, admitimos que o próprio direito à vida possa ser comprimido, no equilíbrio de valorizações em que a sociedade, por se constituir em Estado de Direito Democrático, se revê. É assim quando o direito à vida é, por exemplo, violado em caso de legítima defesa ou ocorrendo um estado de necessidade.Admitimos, ainda, que outros direitos fundamentais, como o direito à liberdade ou à livre expressão tenham como limite a violação de direitos de terceiros.
Com efeito, numa sociedade democrática choca a existência de direitos que, podendo produzir efeitos sobre terceiros, se consagrem como absolutos porque nenhum limite se estabeleça, ao seu titular, para o seu exercício.À mulher que deseje abortar nas primeiras 10 semanas de existência do embrião é conferido o direito absoluto de o fazer: porque foi violada, porque tem graves motivos económicos que o justifiquem, porque o feto enferma de graves deficiências ou porque… é um rapaz e preferia uma menina, ou porque se esqueceu de usar um contraceptivo para evitar a gravidez ou porque o pai da criança ou a família a pressionaram para o efeito ou outro qualquer motivo que, podendo chocar o mais elementar sentir colectivo, não fira a mais desprezível sensibilidade individual.
Uma conduta pode ser ilícita ainda que não criminalmente penalizada em relação a quem a pratique. Mas, por ser ilícita, merece a censura da sociedade que não deseja abrir mão de um quadro de valores em que o direito à vida tem um lugar prioritário como pressuposto de todos os outros.Ceder na permissão da livre cessação da gravidez é aceitar, afinal, que até a avaliação do que fere ou não a nossa dignidade humana fica apeada do quadro referencial dos nossos valores comuns, fica na livre disponibilidade de interesses particulares, desestruturando-se, assim, um elemento nuclear da nossa sociedade.
Acredito que esse não é o caminho que conduz à felicidade, individual e colectiva.Recuso-me a aceitar que sejamos incapazes, no nosso auto-governo colectivo, de reduzir a uma taxa marginal a ausência de condições para que cada um nasça e viva com a dignidade que é devida a cada ser humano.Recuso-me a aceitar que sejamos incapazes de educar, informar e prevenir de modo a que a liberdade e a responsabilidade na procriação andem, também aí, de mãos dadas.Recuso-me a aceitar que recuemos civilizacionalmente, restabelecendo uma variante da pena de morte, de que nos orgulhamos de ter sido dos primeiros a abolir.Se acreditamos na resocialização do homem, ainda que delinquente grave, se investimos fartos recursos humanos, financeiros e logísticos no sentido da sua recuperação – tantas e tantas vezes com o sabor amargo da frustração do resultado não obtido – mais facilmente se justificará que invistamos, com acrescido empenho, na criação de condições para que uma maternidade se desenvolva e ocorra num ambiente saudável - para a mãe e para a criança – e uma educação se prossiga, para esta, duma forma proporcionadora do seu desenvolvimento equilibrado.Responder NÃO é, assim, acreditar na mulher, no homem, na criança, enfim, na vida.
É uma posição positiva, optimista e que acredita, ainda, que depende de nós, sobretudo de nós próprios, sermos amanhã melhores do que somos hoje.Como outros fizeram no passado."

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Aborto (IV)

A discussão acerca do referendo ao aborto tem-se centrado na questão da despenalização do acto. Já ponho de parte o modo capcioso como a questão está formulada e que levantou problemas no Tribunal Constitucional e tem enchido páginas de jornais com discussões entre juristas e constitucionalistas.
Centremo-nos, pois, na questão da penalização. Efectivamente, no ordenamento jurídico está previsto que “A mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão até 3 anos.”
(Cap.II, artigo 140, ponto 3, do Código Penal).
Ora, havendo um consenso na sociedade portuguesa sobre a injustiça de tal determinação, pergunta-se por que razão não é o voto SIM o caminho mais lógico para acabar com essa situação. Na minha opinião, vários factores devem ser ponderados para contraditar semelhante opção.
  • O referendo assume-se, nesta altura, como um facto político ou epifenómeno, como já lhe ouvi chamar. A meio da legislatura, com uma crise económica profunda, sentindo-se atacado por uma esquerda (incluindo facções dentro do próprio partido que sustenta o Governo) que interpreta as medidas do Governo como de pendor liberal e de “direita”, o partido socialista sabia (sabe) que, durante uns meses, o foco da actividade política iria estar centrado neste assunto. Ao mesmo tempo que acalma as hostes internas e lança pontes para os partidos à sua esquerda, desvia as atenções do País para os verdadeiros problemas que temos de enfrentar. Ganhando o SIM, vai tirar daí dividendos políticos; vencendo o NÃO, sacode a água do capote e escuda-se na repetitiva frase da “consciência individual”.

  • A questão da despenalização tem subjacente o verdadeiro objectivo de muitos apoiantes do SIM: a total liberalização e legalização do aborto até às dez semanas. Escudam-se em subtilezas legais para atingirem um determinado fim. O constitucionalista Jorge Miranda diz isso mesmo em artigo de opinião no jornal Público de 20 de Janeiro.

  • A haver vontade política em resolver este assunto, o partido socialista dispunha de um meio muito mais simples e barato de o resolver. Pura e simplesmente, propunha, na Assembleia da República, as alterações legislativas necessárias. Tinha a garantia de aprovação, até com o apoio do partido comunista e do bloco de esquerda.

  • Uma outra incongruência deste referendo relaciona-se com os prazos. Se uma das razões apontadas para a despenalização é a humilhação das mulheres e a ameaça de prisão, então acabe-se com os prazos (10 semanas) e com essa hipocrisia. Assim, iremos continuar a assistir a essas humilhações e ameaças para aquelas que se “descuidam” e se esquecem da “data de validade”.

  • Desde a realização do último referendo, foram tornadas públicas várias soluções para o problema da despenalização. Relembro as sugestões preconizadas pelo Prof. Freitas do Amaral e pelas deputadas independentes da bancada socialista. Mesmo agora há projectos de lei que, se houvesse vontade política, resolveriam o problema. Deixo aqui ligação para quem quiser elucidar-se sobre o tema. Proteger a Vida sem Julgar a Mulher ( clicar em Projecto de Lei e Perguntas).

  • Concluindo: mais estas razões levam-me, convictamente, a votar NÃO no próximo dia 11 de Fevereiro.

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28.1.07

Boa Noite. Fiquem bem, ouvindo Norah Jones.

http://www.youtube.com/watch?v=LOi8CckrXCY

Aborto (III)

Desafiaram-me para escrever um texto que distinga um ser vivo (feto) de uma PESSOA. Em primeiro lugar, uma pequena nuance. No meu primeiro texto, escrevi “ser humano vivo”, não apenas “ser vivo”. Há alguma diferença.
Efectivamente, nesta fase (fecundação e momentos imediatamente posteriores), não se pode equiparar esse “ser humano vivo” a uma pessoa. Se há consenso na comunidade científica que existe um “ser humano” antes das dez semanas de gestação, o mesmo não se verifica quando se introduz o conceito de “pessoa”. Daí muitos concluírem que apenas se deve considerar um atentado à vida quando está em causa a “pessoa”.
Se recuarmos no tempo, Platão afirma (pela voz de Sócrates), no seu livro Fédon que “ao tirar a vida de um ser humano causamos fúria aos deuses, enquanto que ao matar um animal podemos causar raiva somente ao seu dono. Consequentemente, o dono de um animal pode matá-lo quando quiser.”
Pelo mesmo prisma alinha Kant. Segundo este, “todo o ser racional, existe como fim em si mesmo, não só como meio para o uso arbitrário desta ou daquela vontade. Esse valor também pode ser chamado de valor intrínseco.” Podemos perceber na teoria kantiana a distinção das coisas que têm valor absoluto ou incondicional: “o valor de todos os objectos que possamos adquirir pelas nossas acções é sempre condicional”.
Os seres irracionais cuja existência depende, não da nossa vontade, mas da natureza, têm, para Kant “apenas um valor relativo como meios e, por isso, se chamam coisas, ao passo que os seres racionais se chamam pessoas, porque a sua natureza os distingue já como fins em si mesmos, quer dizer, como algo que não pode ser empregue como simples meio”.
O australiano Singer, filósofo e professor universitário nos Estados Unidos, rejeita o argumento do valor intrínseco, dizendo que não podemos dar algum tipo de dignidade ou valor a recém-nascidos, deficientes mentais, assassinos psicopatas e negarmos esse valor a animais como baleias, gorilas, vacas, cavalos. Ainda segundo Singer, mais argumentos são necessários para justificar a crença de que somente os seres humanos têm algum tipo de valor especial, dignidade ou que são “fins em si mesmos”. Faz uma distinção entre “ser humano” e “pessoa”, usando o último conceito para referir seres autoconscientes, ou seja, conscientes de si mesmos como entidades distintas existindo ao longo do tempo. Esse ser, segundo Singer, será capaz de ter desejos relativos ao seu próprio futuro, alguém que sabe que existe, sabe que existe um mundo à sua volta, interage com esse mundo, sente dor, prazer e felicidade e elabora perspectivas em relação ao seu futuro. Acrescenta ainda que matar uma lesma ou um recém-nascido de um dia não frustra nenhum desejo, pois as lesmas e os recém-nascidos são incapazes de tê-los. Nesse sentido, Singer chega à conclusão de que é possível que um ser humano – membro da espécie Homo sapiens – não seja considerado uma pessoa. Cito: “Quando um ser não for capaz de sofrer, nem de sentir alegria ou felicidade, não haverá nada a ser levado em consideração”.
Ainda na perspectiva de Singer, se consideramos que um humano, com severa deficiência mental, não pode ser considerado pessoa e nunca poderá tornar-se uma pessoa, será plausível sustentar que este ser humano não tem o mesmo direito à vida que um ser humano adulto normal tem.
Como se pode perceber, Singer defende a tese de que existe uma diferença entre o valor da vida de uma pessoa e o valor da vida de um ser não-pessoa, e saber quais animais possuem a consciência de si é uma questão crucial no debate sobre se um ser tem direito à vida ou não.
Abreviando, porque o texto vai longo, uma das críticas que se tem feito a Singer é a de que a sua filosofia pode levar à eugenia, princípio que defendia a melhoria da raça humana, com conceitos que podem ser facilmente aplicados com o uso da genética moderna. Um problema ético se levanta imediatamente: o abuso de discriminação, categorizando pessoas como aptas, ou não-aptas à reprodução. Exemplo disso foi a onda de críticas que se fizeram ouvir na Alemanha por verem semelhanças com as práticas nazis.
O próprio Singer teve consciência do problema que suscitou. A mãe, portadora da doença de Alzheimer, teria de ser considerada, segundo as teorias por ele preconizadas, uma “não-pessoa”. Perante este facto, chega a afirmar o seguinte: “Penso que isto me fez ver como os assuntos relacionados com este tipo de problema são realmente difíceis.”
E são. E não há uma verdade única, nem um pensamento que faça unanimidade.
Retomando a questão que me traz aqui, deve o problema do aborto ser visto sob o prisma da ciência ou como uma questão de moral? Haverá da parte de quem defende o NÃO um “fundamentalismo científico” ou uma imposição moral? Na minha opinião, o problema é diferente. Definir o que é vida humana e o que não é, não é uma questão de fé, de moral ou de ideologia. É uma questão científica. Cabe à ciência definir o que é vida humana. A moral surge quando atribuímos ( ou não) valor a essa vida humana.
Eu opto por valorar essa vida humana. Por isso, entre outras razões, vou votar NÃO!

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Aborto (II)

O meu último post sobre o aborto provocou algumas reacções, sobretudo em relação aos conceitos de vida humana a partir do primeiro momento de gestação. Como há pessoas muito mais habilitadas que eu, deixo aqui duas ligações para um melhor esclarecimento.

O primeiro texto é de Daniel Serrão, médico e professor universitário.

O outro artigo é também ele de um médico, Alexandre Laureano Santos.

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27.1.07

Prémio

( via anterozóide)

Citações

"Já imaginaram a miséria que é ter um filho porque não se teve dinheiro para pagar um aborto?"
(Fernanda Câncio, defensora do Sim?)

“Já imaginaram a miséria que é abortar porque não se teve dinheiro para poder ter um filho?” (Rui Castro, defensor do Não)

Aborto (I)

No próximo dia 11 de Fevereiro, votarei não no referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez (IVG). As razões para tal decisão assentam em múltiplos factores. O primeiro deles é o direito à vida, consagrado na nossa Constituição, na Declaração Universal dos Direitos do Homem e no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos. Hoje em dia ninguém com seriedade intelectual põe em causa que o momento da fecundação marca também o início de um novo ser. Dados científicos mostram que o que define um ser vivo é o seu ADN e este forma-se no momento da fecundação. Durante toda a gestação, nada mais é acrescentado ao embrião ou ao feto. Com os nutrientes fornecidos pela mãe, ele desenvolve os seus órgãos e aumenta o seu tamanho.
A partir do 4º dia após a fecundação, dá-se a nidificação, isto é, iniciam-se os movimentos celulares que originam os diversos órgãos dum ser humano.
Desde a quarta semana, verifica-se o bater do coração. À quinta semana de gestação, o embrião já apresenta movimentos involuntários, o que pressupõe a existência do sistema nervoso central, processo este que só se conclui na adolescência.
Às 10 semanas, há um novo ser humano vivo que pesa cerca de 15 gramas, que tem cerca de 5 centímetros de comprimento, com músculos nos membros, no tronco e na face; tem olhos, orelhas, ouvidos, abre e fecha a boca; nas mãos, já tem as impressões digitais que conservará para o resto da sua vida; o sistema cardiovascular já está desenvolvido e o pequeno coração bate cerca de 175 vezes por minuto.
Portanto, por mais que custe, ou não interesse a alguns encarar esta realidade, aquilo que a IVG faz é matar a vida de um novo ser humano, ser completamente indefeso e à mercê do que os outros lhe queiram fazer.
Neste 1º post, restrinjo-me a razões estritamente científicas. Argumentos de cariz diferente serão aqui expostos nos dias que se seguem.

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26.1.07

O exemplo norte-coreano


Há países que raramente são notícia na comunicação social. Sobretudo na nossa. O caso da Coreia do Norte é um exemplo. De quando em vez lá aparece, numa qualquer página perdida de jornal, uma referência, sobretudo para dar conta das excentricidades do seu chefe, o grande Kim Jong II. É o caso da última edição da revista Sábado que refere a importação de coelhos gigantes da Alemanha com o objectivo de combater a fome naquele país asiático. Mas a propósito dessse facto, traz também alguns dados estatísticos. A reter:
  • De acordo com o programa das Nações Unidas contra a fome, a grande maioria dos 23 milhões de norte-coreanos passa fome;
  • 33 % das mães norte-coreanas estão subnutridas ou sofre de anemia;
  • 7 % da população morre à fome;
  • 37 % das crianças sofrem de desnutrição;

Dirão que dados semelhantes a estes são comuns em muitos outros países. Mas se olharmos para a região, nomeadamente para a vizinha Coreia do Sul, Vietnam, Singapura e outros, e para o ritmo de crescimento económico de que dão mostras, perceber-se-á melhor que tipo de política se segue no "paraíso" de Kim Jong II. Todos nós já vimos imagens dos desfiles militares organizados e do poderio bélico de que o ditador dispõe. Acrescente-se, ainda, as experiências nucleares e concluir-se-á a razão para a importação de coelhos...

25.1.07

SUSPENSA A TLEBS !!!

Uma medida esperada há muito! Vai ser suspensa a aplicação nas escolas da nova Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário (TLEBS). Se outras razões não houvesse, uma questão de bom senso o exigiria. A confusão e desorientação instaladas nas Escolas eram notórias. As flagrantes injustiças de que os alunos poderiam ser vítimas aconselhavam tal decisão. A notícia pode ser lida no JN.

O Melhor Professor!


A Ministra da Educação não deixa de surpreender! Agora, sim! O meu ego está em alta. Vou poder candidatar-me a "Melhor Professor de Portugal"! Já me imagino a contar as notinhas de 25000 euros...contadas, uma a uma, a entrarem no meu bolso. Tomem lá um bombom! Ela sabe que nos fez umas "maldadezitas". Desvalorizou-nos, insultou-nos, mas agora está a ser generosa... Afinal, há sempre tempo para um acto de caridade. Mas também há quotas! Estavam à espera de quê!? Só pode haver um candidato proposto por cada estabelecimento de ensino, pelas associações profissionais de professores ou por um grupo constituído por um mínimo de 50 docentes!
Mais a sério. É realmente uma medida completamente demagógica, propagandística, injusta. Merece o nosso desprezo e ser devolvida à precedência. Para ler aqui.

Aborto

Eu sei que a parte não deve nem pode ser tomada pelo todo. Neste como noutros casos. Mas quando se assiste a um debate pouco esclarecedor, cheio de "sound-bytes", recorrendo-se a argumentos radicais e até insultuosos ( de um lado e do outro), não deixo de salientar a reflexão de um grupo de filósofos que questiona o modo como foi verbalizada a pergunta posta para referendo, que põe em causa o prazo-fronteira para a despenalização ou não do aborto e, sobretudo, o direito à vida. Todo o texto pode ler-se aqui.

Mariza


Porque gosto de fado...e a voz de Marisa é poderosa. Acresce o facto de este ser um fado musicado a partir de um poema de Fernando Pessoa.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por casas, por prados,
Por quinta e por fonte,
Caminhais aliados.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por penhascos pretos,
Atrás e defronte,
Caminhais secretos.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por plainos desertos
Sem ter horizontes,
Caminhais libertos.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por ínvios caminhos,
Por rios sem ponte,
Caminhais sozinhos.
Do vale à montanha,
Da montanha ao monte,
Cavalo de sombra,
Cavaleiro monge,
Por quanto é sem fim,
Sem ninguém que o conte,
Caminhais em mim.
Fernando Pessoa, Cancioneiro, 24/17/1932

24.1.07

O Dia da Escola


Perdoem-me a imodéstia, mas hoje vou apenas falar da minha Escola. A Escola Secundária de Emídio Navarro, de Viseu. Há pouco mais de um ano, a Assembleia de Escola decidiu instituir o Dia da Escola. Se no ano transacto teve um carácter meramente simbólico, este ano assumiu outro protagonismo e outro âmbito. A escolha deste dia deve-se a um facto histórico: foi no longínquo dia 24 de Janeiro de 1900 que abriu as portas, pela primeira vez, a então designada Escola de Desenho Industrial de Viseu. Um pequeno historial pode ser consultado neste sítio para melhor se perceber o porquê de hoje esta instituição de ensino se orgulhar de ter o nome de tão insigne pedagogo, Emídio Navarro.
As comemorações iniciaram-se com uma sessão solene realizada na sala multiusos. Breves apontamentos musicais antecederam a entrega de Diplomas de Mérito e do Prémio Dr. Ribas de Sousa, patrono da Fundação Dr. Francisco Ribas de Sousa, uma instituição particular de solidariedade social, do âmbito do Ministério da Educação ao abrigo da Portaria 860/91 de 20/8 e reconhecida pela Direcção Geral dos Ensinos Básico e Secundário, desde 19 de Janeiro de 1993, que tem desempenhado um meritório papel e inegável contributo em prol dos alunos mais desfavorecidos desta escola. Ainda da parte da manhã, o Dr. Artur Manso, docente da Universidade do Minho, prendeu a assistência com uma palestra onde abordou a vida e obra desse nome grande da cultura portuguesa que foi Agostinho da Silva.
Da parte de tarde, duas conferências tiveram lugar. Uma, na Biblioteca da Escola, dinamizada pela actriz Sylvie Rocha que abordou o tema "Conversas em torno da palavra"; outra, dinamizada pelos Serviços de Psicologia e Orientação, sob proposta do aluno Pedro Santos, debruçou-se sobre o "Processo de Bolonha" e contou com a presença da Drª Maria Luísa, da Universidade de Aveiro e dos Drs. José Alberto Ferreira e Fernando Duarte, da Escola Superior de Tecnologia de Viseu.
Finalmente, ao fim da tarde, celebrou-se uma missa em memória de todos aqueles que passaram por esta Escola e já nos deixaram.

23.1.07

(Re)Leituras

"O silêncio à volta dos meus livros era agora total. E certas devoções serôdias, pelo que tinham de fruste na sua generosidade ambígua, gelavam-me a alma como um relento de falências. Iam longe as horas, se não de optimismo, de confiança. Parecia um sobrevivente, até quando uma ou outra homenagem ou um ou outro galardão vinham alterar a descampada paisagem dos meus dias. Era como se de cada vez assinasse vencido. Como se viesse à tona da desgraça mais desgraçado ainda. Arredado dos cafés e das tertúlias, as poucas notícias que tinha das tricas desses mundos de fumo e verrina eram-me dadas pelo Alvarenga, sempre fiel e sempre irreflectido.
(...)
O meu tempo continuava realmente cumprido. Continuava a escrever, a publicar e a corrigir incansavelmente, com a mesma insatisfação de outrora. (...) Sem mais direito ao amor e à inspiração, despojado de ambições e a redoirar a esperança à sobreposse, nem a lição de Agarez, a cavar por descargo de consciência a costeira maninha das courelas, me podia valer. De ora em diante, como lenitivo, só o cilício crucifante da meditação.
Sim, a vida ia continuar. Outros dias viriam cheios de sol, de flores e de frutos. Mas não seriam meus."


FIM DO SEXTO DIA
Miguel Torga, in A Criação do Mundo
D.Quixote, 2ª edição, 1999

Hugo Chavez




















O Presidente Hugo Chavez ameaça tornar-se mais um caso anedótico com tiradas que um qualquer mentecapto não desdenharia subscrever. As suas elucubrações anti-Bush fazem as delícias de uma certa “esquerda” e comunicação social. O dito senhor, recentemente eleito, já se prepara para alterar a Constituição a fim de se perpetuar no poder.
A Human Right Watch apresentou, hoje, o Relatório Mundial 2007, em que acusa o presidente Hugo Chávez de cercear a liberdade de imprensa na Venezuela e minar a independência judicial. A organização critica também Hugo Chavez por demorar a autorizar uma delegação da Comissão Inter-americana de Direitos Humanos a visitar o país.
"Depois de ganhar repetidamente as eleições e referendos e ter sobrevivido a um golpe de Estado em 2002, o presidente Hugo Chávez e os seus partidários têm procurado consolidar o seu poder, minando a independência do poder judicial e dos meios de comunicação, instituições que são essenciais para promover a protecção dos direitos humanos", começa por dizer o relatório a que a Agência Lusa teve acesso.

HRANT DINK

Todos os anos, em várias partes do mundo, a liberdade de imprensa é ameaçada com perseguições e mortes de jornalistas. Este é mais um caso, infelizmente. A gigantesca manifestação realizada, hoje, na Turquia, é a prova do repúdio que tal gesto mereceu.
Hrant Dink, jornalista, foi assassinado por um jovem turco de 17 anos porque considerou que ele tinha denegrido a Turquia.
As organizações de jornalistas pouco protestaram: afinal era só mais uma vítima do terror muçulmano. O mesmo já acontecera com os cineastas com o assassinato de Théo van Gogh.
É que isto de defender as vítimas (mortais...) da intolerância islâmica é só para reaccionários: os "progressistas" de sofá não querem saber dessas ninharias.
A comunicação social pouca relevância deu aos casos: nenhum deles era palestiniano: o ódio nazi anti-judeu não podia aqui funcionar!
Mais: houve uma censura ignominiosa sobre os temas a que Hrant Dink se dedicava: o GENOCÍDIO de 1,5 MILHÕES de Arménios pelas tropas turcas otomanas em 1915-1917.
Mas que descaramento colocar em pé de igualdade Arménios, por um lado, e Palestinianos e Iraquianos, por outro!!!
Estes passam a vida a fazer ataques "suicidas"para matar; os Arménios são uns patetas, não utilizaram carros armadilhados, nem suicidas que vão ao encontro de 72 virgens maometanas...

P.S. E continuo eu a acreditar em pessoas como o abade Pierre!

A morte do padre Pierre


A sua vida foi um exemplo. Em todos os aspectos. Exemplo de verticalidade, de coragem, de entrega, de solidariedade, de desprendimento, de amor aos mais desfavorecidos, aos mais pobres dos pobres. Num mundo cada vez mais egoísta, mais individualista, de materialismo desenfreado, de inveja, de correria louca que não permite que olhemos o próximo, ele soube sempre dizer PRESENTE! Até no momento da morte foi grande. " A morte é a saída da sombra. Desejo-a. Toda a minha vida sonhei com ela."
Às vezes seria bom pararmos um pouco e reflectirmos em exemplos como este.
Morreu ontem de manhã, aos 94 anos, em Paris.
Toda a notícia aqui.

22.1.07

Humor na web


(Fui buscar o boneco, mais uma vez, ao anterozóide.)

Outra vez o Miguelito!

Este senhor arvora-se, cada vez mais, em arauto da verdade. Sabe de tudo, fala sobre qualquer assunto, insulta toda a gente, diz umas graçolas, não faltará muito que se considere o "justiceiro" da Pátria; então, pedirá poderes especiais para correr com toda esta corja de imbecis que povoam Portugal. Do alto da sua petulância, não passa de um pexote traquina a quem dão um coluna de jornal ou antena televisiva para verter o seu fel contra todos aqueles que, honrada e abnegadamente, se esforçam por viver num país melhor, nomeadamente os professores. Antevejo-o já de comenda ao peito outorgada por essa abencerragem que dá pelo nome de Drª Maria de Lurdes Rodrigues, Milu para os mais íntimos.

O texto que se segue foi recebido por mail (obrigado, vítor m).

No número 1784 do Jornal Expresso, publicado no passado dia 6 de Janeiro, o colunista Miguel Sousa Tavares desferiu um violentíssimo ataque contra os professores (que não queriam fazer horas de substituição), assim como contra os médicos (que passavam atestados falsos) e contra os juízes (que, na relação laboral, pendiam para os mais fracos e até tinham condenado o Ministério da Educação a pagar horas extraordinárias pelas aulas de substituição). Em qualquer país civilizado, quem é atacado tem o direito de se defender. De modo que a professora Dalila Cabrita Mateus, sentindo-se atingida, enviou ao Director do Expresso, uma carta aberta ao jornalista Miguel Sousa Tavares. Contudo, como é timbre dum jornal de referência que aprecia o contraditório, de modo a poder esclarecer devidamente os seus leitores, o Expresso não publicou a carta enviada. Aqui vai, pois, a tal Carta Aberta, que circula pela Net. Para que seja divulgada mais amplamente, pois, felizmente, ainda existe em Portugal liberdade de expressão.

Carta duma professora


«Não é a primeira vez que tenho a oportunidade de ler textos escritos pelo jornalista Miguel Sousa Tavares. Anoto que escreve sobre tudo e mais alguma coisa, mesmo quando depois se verifica que conhece mal os problemas que aborda. É o caso, por exemplo, dos temas relacionados com a educação, com as escolas e com os professores. E pensava eu que o código deontológico dos jornalistas obrigava a realizar um trabalho prévio de pesquisa, a ouvir as partes envolvidas, para depois escrever sobre a temática de forma séria e isenta.
O senhor jornalista e a ministra que defende não devem saber o que é ter uma turma de 28 a 30 alunos, estando atenta aos que conversam com os colegas, aos que estão distraídos, ao que se levanta de repente para esmurrar o colega, aos que não passam os apontamentos escritos no quadro, ao que, de repente, resolve sair da sala de aula. Não sabe o trabalho que dá disciplinar uma turma. E o professor tem várias turmas. O senhor jornalista não sabe (embora a ministra deva saber) o enorme trabalho burocrático que recai sobre os professores, a acrescer à planificação e preparação das aulas. O senhor jornalista não sabe (embora devesse saber) o que é ensinar obedecendo a programas baseados em doutrinas pedagógicas pimba, que têm como denominador comum o ódio visceral à História ou à Literatura, às Ciências ou à Filosofia, que substituíram conteúdos por competências, que transformaram a escola em lugar de recreio, tudo certificado por um Ministério em que impera a ignorância e a incompetência. O senhor jornalista falta à verdade quando alude ao «flagelo do absentismo dos professores, sem paralelo em nenhum outro sector de actividade, público ou privado». Tal falsidade já foi desmentida com números e por mais de uma vez. Além do que, em nenhuma outra profissão, um simples atraso de 10 minutos significa uma falta imediata. O senhor jornalista não sabe (embora a ministra tenha obrigação de saber) o que é chegar a uma turma que se não conhece, para substituir uma professora que está a ser operada e ouvir os alunos gritarem contra aquela «filha da puta» que, segundo eles, pouco ou nada veio acrescentar ao trabalho pedagógico que vinha a ser desenvolvido. O senhor jornalista não imagina o que é leccionar turmas em que um aluno tem fome, outro é portador de hepatite, um terceiro chega tarde porque a mãe não o acordou (embora receba o rendimento mínimo nacional para pôr o filho a pé e colocá-lo na escola), um quarto é portador de uma arma branca com que está a ameaçar os colegas. Não imagina (ou não quer imaginar) o que é leccionar quando a miséria cresce nas famílias, pois «em casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão». O senhor jornalista não tem sequer a sensibilidade para se por no lugar dos professores e professoras insultados e até agredidos, em resultado de um clima de indisciplina que cresceu com as aulas de substituição, nos moldes em que estão a ser concretizadas. O senhor jornalista não percebe a sensação que se tem em perder tempo, fazendo uma coisa que pedagogicamente não serve para nada, a não ser para fazer crescer a indisciplina, para cansar e dificultar cada vez mais o estudo sério do professor. Quando, no caso da signatária, até podia continuar a ocupar esse tempo com a investigação em áreas e temas que interessam ao país. O senhor jornalista recria um novo conceito de justiça. Não castiga o delinquente, mas faz o justo pagar pelo pecador, neste caso o geral dos professores penalizados pela falta dum colega. Aliás, o senhor jornalista insulta os professores, todos os professores, uma casta corporativa com privilégios que ninguém conhece e que não quer trabalhar, fazendo as tais aulas de substituição. O senhor jornalista insulta, ainda, todos os médicos acusando-os de passar atestados, em regra falsos. E tal como o Ministério, num estranho regresso ao passado, o senhor jornalista passa por cima da lei, neste caso o antigo Estatuto da Carreira Docente, que mandava pagar as aulas de substituição. Aparentemente, o propósito do jornalista Miguel Sousa Tavares não era discutir com seriedade. Era sim (do alto da sua arrogância e prosápia) provocar os professores, os médicos e até os juízes, três castas corporativas. Tudo com o propósito de levar a água ao moinho da política neoliberal do governo, neste caso do Ministério da Educação».

Dalila Cabrita Mateus, professora, doutora em História Moderna e Contemporânea

21.1.07

Para reflectir

Um professor francês de Filosofia decidiu abandonar o ensino por estar a receber constantes ameças de morte por parte de grupos radicais muçulmanos. O "crime" foi ter emitido opinião sobre Alá.
A notícia aqui.

Partiu Fiama Hasse Pais Brandão.






Mais um nome da Letras nos deixou. Desta vez, Fiama Hasse Pais Brandão, a fala do nome mágico.
Aqui fica um poema em sua homenagem.




DO MAR

Aqueles de um país costeiro, há séculos,
contêm no tórax a grandeza
sonora das marés vivas.
Em simples forma de barco,
as palmas das mãos. Os cabelos são banais
como algas finas. O mar
está em suas vidas de tal modo
que os embebe dos vapores do sal.
Não é fácil amá-los

de um amor igual à
benignidade do mar.

Re(Leituras)

  • " Compreendia até que ponto o excesso de zelo pode levar uma mente subalterna a identificar-se cegamente com os desígnios da hierarquia aniquiladora.(...) Sujeito às arbitrariedades do poder, imundo, hirsuto, humilhado de tantas e tantas maneiras, conservava, contudo, a possibilidade de consciencializar a desgraça, o dom de lhe circunscrever o alcance, na medida em que estava nas minhas mãos escolher entre a renúncia e a perseverança, de continuar a resistir ou de aceitar o opróbrio. E eles, os serventuários da tirania, os parafusos da engrenagem trituradora? desde criança que, a meus olhos, a dignidade da existência implicava o respeito pelo seu pleno acontecimento. A verticalidade de meu pai dera-me a medida do homem: um ser em que toda a grandeza concebível tinha a obrigação de se refectir. (...) E ficara-me, desse protesto, o gosto da liberdade e a ânsia de a ver também saboreada ou apetecida pelos outros."

Miguel Torga, in A Criação do Mundo, 5º dia, pp. 428-429.

D. Quixote, Lisboa, 2ª edição, 1999

Notas soltas...

Ontem à noite dei uma saltada a Tondela, ao ACERT. Assisti a dois bons espectáculos. Primeiro, a representação da peça DUAS HISTÓRIAS DE SOLIDÃO. DUAS HISTÓRIAS A SÓS. Excelente. Sobretudo, a interpretação Ruy Malheiro, a partir do texto de Jaime Rocha, O mal de Ortov.
De seguida, no café-concerto, a música com raízes africanas de Guto Pires. A polifonia das suas criações com sabor aos ritmos quentes de África.
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A Livraria da Praça vai fechar. Espaço diferente no panorama cultural de Viseu, aguentou, estoicamente, dois anos. Nomes grandes da cultura e das artes passaram por lá. Tertúlias animadas, debates sempre interessantes e diversificados. Por dificuldades económicas, anuncia-se o seu fim para Março.
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Este senhor, Miguel Sousa Tavares, é dos mais conhecidos comentaristas da nossa praça. Julga-se, até, dono da verdade, sobretudo, pelo tom sentencioso e (auto) convencido, com que fala ou escreve. Sobre Educação, quase só profere disparates. Na edição de ontem do jornal Expresso, no entanto, não posso deixar de concordar com o que, a determinada altura, escreve.
  • Que grande parte dos portugueses ache que Salazar e Cunha são dos maiores entre nós, explica a razão pela qual somos actualmente o mais atrasado país da Europa.

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"Por que é que nós protegemos os ninhos de cegonhas, os ovos das espécies em extinção, por que é que é crime fazer download de músicas da internet e não protegemos aquilo que há de mais vital em nós?" A pergunta foi lançada ontem pela psiquiatra Margarida Neto, defensora do "Não" à despenalização do aborto, no colóquio promovido pelo PSD, no Centro Cultural de Belém.

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A coordenadora da Sub-Região de Saúde de Faro dirigiu um apelo aos seus subordinados com vista à recolha de assinaturas a favor da despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), posição que defende publicamente.O pedido foi enviado anteontem em horário de expediente (11.02 horas) aos directores de vários centros de saúde do Algarve, com a indicação de que as assinaturas teriam de lhe ser remetidas "até ao fim do dia". Lurdes Guerreiro utilizou o endereço electrónico do seu serviço e assina na qualidade de "coordenadora da sub-região". A responsável confirma o envio do e-mail, mas garante não ter agido de má-fé.

19.1.07

Aumentos de 200%!

A gente lê e não pode deixar de esboçar um gesto de raiva. Quando a maioria dos trabalhadores perde poder de compra de há uns anos a esta parte, há um grupo de privilegiados que se continua a rir. Não sabe o que é crise, não sabe o que é ter aumentos de 1%, como vai acontecer este ano na função pública, enquanto a inflação dispara.
Como querem que nos calemos perante este autêntico regabofe que anda por aí? Agora é o Tribunal de Contas que denuncia o incumprimento da lei por parte de boa parte de gestores de entidades públicas que viram o seu salário aumentar 200%.
A notícia pode ler-se aqui.

O PU!!!


Nas minhas deambulações de cibernauta, deparei-me com um blog que merece visita diária. Imprescindível pelo talento de artista e pelo humor corrosivo. A não perder.
Com a devida vénia, aqui deixo um aperitivo e a respectiva ligação.

18.1.07

Que raio de democracia!


A antiga Rodésia era uma colónia britânica que acedeu à independência em 1980. Ficava para trás um regime autocrático e entrava-se na democracia...a porta de entrada foi o chamado "socialismo real" ( que raio é isso???). Desde essa altura, o homem forte do regime é essa figura exemplar que dá pelo nome de Robert Mugabe; no início como primeiro-ministro, depois como Presidente da República.
Aqui ficam alguns dados estatísticos, retirados, com devida vénia, do Blasfémias.
«Os números obviamente nunca contam toda a história, mas estes são verdadeiramente espantosos: Mais de 63 por cento da população rural não consegue obter uma «refeição básica» em 2003, o último ano para o qual existem números. As coisas apenas pioraram deste então: a sub-nutrição infantil cresceu 35% , a população sem acesso a cuidados de saúde cresceu 48%, o HIV/SIDA atinge 18 por cento da população, o desemprego 70%, a expectativa de vida desceu para os 35 anos, a hiper-inflação é a pior do mundo.... »
Sem comentários...

A internet e a liberdade de expressão

A internet veio revolucionar o acesso e a transmissão de informação e opinião para e de qualquer ponto do planeta. Daí que os regimes totalitários dificultem, por todos os meios, o acesso dos cidadãos a esse meio.
Os ciberdissidentes chineses e de outros regimes opressores irão ter brevemente à sua disposição um sítio na internet que lhes permitirá dizerem e divulgarem o que entenderem sem estarem sujeitos a perseguições e prisão. Um dos objectivos do novo espaço é denunciar as arbitrariedades e injustiças nesses países.
Chama-se Wikileaks e tem uma tecnologia que, segundo os seus criadores, permitirá o anonimato de quem denuncia, discorda e discute na página.
Para saber mais, pode consultar aceder a esta ligação.

Corrupção


Os níveis de desenvolvimento de um país observam-se em múltiplos aspectos. Quando o conceito de cidadania, as responsabilidades sociais, o cumprimento de regras são atitudes interiorizados e não meros conceitos abstractos, podemos afirmar que se vive num país onde as instituições funcionam e as pessoas não se sentem injustiçadas.
Ora, em Portugal, há muito que os actos de corrupção são comportamentos aceites com a maior das normalidades.
Daí que fosse de louvar a atitude do deputado do PS, João Cravinho, de pretender fazer aprovar, na Assembleia da República, um conjunto de normativos anti-corrupção. Seria de esperar que, pelo menos, se discutisse em plenário este pacote legislativo. Para espanto de muitos ( ou talvez não...????), os próprios camaradas de partido recusaram tal pretensão. Dizem eles ( os camaradas..) que as citadas propostas não eram "consistentes".
A gente já entendeu tudo. Despachado para um cargo na Europa, o deputado Cravinho deixa de ser um estorvo. O assunto rapidamente cairá no esquecimento.
Assim vai a política em Portugal.

Assim vai a liberdade...

Filme de Scorcese proibido. Leia aqui.

Ainda a TLEBS!


O Ministério da Educação mandou suspender os novos manuais para a disciplina de Português do 8.º ano já adaptados à nova Terminologia Linguística do Ensino Básico e Secundário.
De acordo com o Diário de Notícias, a decisão de suspender, pelo menos por um ano, os novos manuais foi comunicada às duas principais associações de editores de manuais.Fontes da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) e da União de Editores Portugueses (UEP) confirmaram que a decisão de suspender os manuais de Português está relacionada com a Terminologia Linguística do Ensino Básico e Secundário (TLEBS), cuja aplicação está ainda por definir.
Toda a notícia aqui.

17.1.07

TLEBS

Re(Leituras)



"Minha irmã levava muitas bofetadas da mestra, a D. Margarida, proprietária da mão mais pesada que entrou em Agarez, para que a sua caligrafia fosse ter comigo, legível, ao Porto ou a Lamego. E eu deixara o Porto e Lamego, internara-me pelo mundo, e, depois das matas do Brasil, era a Milão que as notícias ditadas por meu Pai se aventuravam.

"Meu querido filho:

Cá recebemos a tua carta que ficamos bem contentes por tu chegares são e salvo que estávamos em cuidos que te acontecesse alguma coisa a Mãe a cada passo se encontrava a chorar e dizia aquele homem meter-se pelo mundo a cabo cheio de guerras por lá o matam não o torno a ver agora já está satisfeito. Saberás que nos morreu o porco de ceva aquele que tu viste em pequenino que foi uma grande paixão que tivemos. Eu bem o queria largar por quinhentos em Donelo mas elas começaram a dizer que era barato e como estava muito gordo que causava admiração morreu com os acidentes. Comeu-o o Zé Serralheiro que mo pediu para gordura para a forja afinal mamou-o todo que anda todo lazarado. A Mãe diz que tenhas muita cautela e não te metas em nada.(...) Saudades da Maria e a benção da Mãe e de mim teu pai."

Miguel Torga, in A Criação do Mundo, 4ºdia, 2ª edição, lisboa, 1999

Edições D. Quixote,

16.1.07

Miguel Portas, o Islamita!


Miguel Portas, tisnado pelo sol, em pleno deserto da Arábia, orando a Alá!
Estes ilustres progressistas de sofá são inimitáveis!!!
Na sua crónica no semanário " Sol", de 6 de Janeiro, Miguel Portas atingiu o paroxismo das teias em que se enreda.
Ateu confesso e militante, Miguel Portas escreveu a propósito da morte de Saddam (a que ele chama com insistência "linchamento") ..."como bom muçulmano, enfrentou sem medo o Além".
Ora aí está.
Sempre pronto a criticar e denegrir a Igreja Católica e o Vaticano, bispos, padres e padrecos, Miguel Portas passou a acreditar na existência da alma e, pasme-se, do Além, da vida num qualquer sítio, para além da morte!!!
Talvez, claro, influenciado por aquela pérola da SHARIA que atribui 72 (porque não 102,702,62,12,67....) virgens ao muçulmano que morrer na Jihad…
Curiosa esta preocupação dos ateus militantes em assumirem o Islão como uma grande religião, e insultarem o catolicismo em aspectos em que o Islão é muito mais severo e com penas bárbaras - lapidação de mulheres, por exemplo. E que transmissão de pensamento que permitiu a Miguel Portas conhecer o estado de alma (???) de Saddam?!
Como bom muçulmano, Saddam enfrentou o Além com um cadastro de centenas de milhares de mortos, muitos deles com armas químicas.
Foi isto que a hipocrisia jacobina, o desdém abominável, o cinismo pateta e o insuportável progressismo de Miguel Portas não escreveu.

Amadeo de Souza-Cardoso


É comum dizer-se que Portugal é um país de futebol, fado e fátima. Não quero ser tão redutor, porque injusto. A recente exposição de Amadeo de Souza-Cardoso, em boa hora levada a cabo pela Fundação Calouste Gulbenkian ( quem havia de ser...), vem demonstrar que as pessoas apreciam e aderem a manifestações culturais. Se delas souberem, se a comunicação social deixar de dar protagonismo a "apitos" e "carolinas", a coisa vai...
Visitei a exposição com alunos do 12º ano na passada semana. Acompanhados por uma guia - que teve o bom senso de interagir com os alunos - conhecedora da temática, tivemos a oportunidade de conhecer o mais representativo pintor do Modernismo em Portugal.
Para saber mais sobre Amadeo veja aqui.

Para reflectir







Acabei agora de ouvir a notícia na SIC-N. Segundo a CNN, na Índia, vendem-se crianças, como escravas, a 50 euros.

15.1.07

O referendo ao aborto!


Este blog toma posição em relação ao referendo do próximo dia 11 de Fevereiro. Votará não à interrupção voluntária da gravidez. Hoje, apenas deixarei a legislação referente ao tema. Justificarei a minha posição em postagens posteriores.

CAPÍTULO II (Do Código Penal)

Dos crimes contra a vida intra-uterina
Artigo 140º

Aborto
1 - Quem, por qualquer meio e sem consentimento da mulher grávida, a fizer abortar é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos.
2 - Quem, por qualquer meio e com consentimento da mulher grávida, a fizer abortar é punido com pena de prisão até 3 anos.
3 - A mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão até 3 anos.

Artigo 141º
Aborto agravado

1 - Quando do aborto ou dos meios empregados resultar a morte ou uma ofensa à integridade física grave da mulher grávida, os limites da pena aplicável àquele que a fizer abortar são aumentados de um terço.2 - A agravação é igualmente aplicável ao agente que se dedicar habitualmente à prática de aborto punível nos termos dos nºs 1 ou 2 do artigo anterior ou o realizar com intenção lucrativa.


Artigo 142º
Interrupção da gravidez não punível


1 - Não é punível a interrupção da gravidez efectuada por médico, ou sob a sua direcção, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e com o consentimento da mulher grávida, quando, segundo o estado dos conhecimentos e da experiência da medicina:
a) Constituir o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida;
b) Se mostrar indicada para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida e for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez;
c) Houver seguros motivos para prever que o nascituro virá a sofrer, de forma incurável, de grave doença ou malformação congénita, e for realizada nas primeiras 24 semanas de gravidez, comprovadas ecograficamente ou por outro meio adequado de acordo com as leges artis, excepcionando-se as situações de fetos inviáveis, caso em que a interrupção poderá ser praticada a todo o tempo;
d) A gravidez tenha resultado de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual e a interrupção for realizada nas primeiras 16 semanas.


2 - A verificação das circunstâncias que tornam não punível a interrupção da gravidez é certificada em atestado médico, escrito e assinado antes da intervenção por médico diferente daquele por quem, ou sob cuja direcção, a interrupção é realizada.


3 - O consentimento é prestado:
a) Em documento assinado pela mulher grávida ou a seu rogo e, sempre que possível, com a antecedência mínima de 3 dias relativamente à data da intervenção; ou
b) No caso de a mulher grávida ser menor de 16 anos ou psiquicamente incapaz, respectiva e sucessivamente, conforme os casos, pelo representante legal, por ascendente ou descendente ou, na sua falta, por quaisquer parentes da linha colateral.


4 - Se não for possível obter o consentimento nos termos do número anterior e a efectivação da interrupção da gravidez se revestir de urgência, o médico decide em consciência face à situação, socorrendo-se, sempre que possível, do parecer de outro ou outros médicos.

14.1.07

Livro de cabeceira

















Saído em Setembro de 2006, talvez seja a mais completa e rigorosa biografia de Estaline. O jornal Observer, no seu suplemento literário, dedica-lhe as seguintes palavras:

"Este não é simplesmente mais um livro sobre Estaline. É um relato horrível, hipnótico e, até, por vezes, com um humor negro, da vida das famílias que governaram a União Soviética. Apesar de provenientes de meios diferentes, Estaline e os seus vizires eram workaholics autodidactas, que gostavam de beber e que arrastavam a URSS para a colectivização e guerra com uma estupidez tirânica e quase inesgotável energia."
No decorrer da leitura, irei escrevendo algumas notas.

13.1.07

O deputado Carrilho



O vereador Carrilho demitiu-se da Câmara Municipal de Lisboa. Não é uma notícia de todo inesperada. Adivinhava-se que seria uma questão de tempo. Afinal, é penoso para quem tem tantas ambições políticas e a dose certa de demagogia estar a discutir com o tecnocrata Carmona questões como as taxas municipais, o problema do estacionamento ou o túnel do Rossio. Para o vereador-filósofo, tudo qustões de "lana caprina". Ele pensa mais alto, está acima destas questiúnculas. Vai daí, deixou um "tacho", ficou apenas deputado da Nação. E aí o seu trabalho - como o dos restantes pares - é, realmente, ciclópico.
Quem analisa, e bem, a questão é o jornalista Martim Silva em artigo que pode ler aqui.

Assim vai o País...


"Embezerra, país, que bem mereces,
prepara, no mutismo, teus efes e teus erres"
(...)
"País engravatado todo o ano
e a assoar-se na gravata por engano"


Alexandre O´Neil




  • Ainda a propósito do naufrágio do "Luz do Sameiro", soube-se que um anterior ministro da defesa, no caso Veiga Simão, obrigou as embarcações a possuirem equipamento SOS. Esqueceu-se de mandar instalar, em terra, antenas que captassem o sinal...
  • O caso conta-se em poucas palavras. O actual ministro da defesa, Luís Amado, requereu subsídio de renda, que foi autorizado, no valor de 1324 euros por mês. O "local de residência" declarado foi...Funchal. Na declaração de rendimentos referente a 2005, o "figurão" declarou possuir três imóveis: um no Funchal, outro em Lisboa e outro em Porto de Mós. A juntar ao subsídio de renda, o salário de ministro: 4651 euros ilíquidos mensais.

Mas há mais...

  • O ministro das finanças, Teixeira dos Santos, reside há 10 anos em Lisboa, mantendo residência oficial no Porto. Também tem direito a subsídio de renda, no valor de 1304 por mês à data de Agosto de 2005.
  • O secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, natural de Vila Real, onde tem residência, está a receber um subsídio de alojamento de 43,48 euros por dia desde Setembro de 2005 (1304 euros/mês). Pelo menos desde 2002 que Ascenso Simões trabalha em Lisboa.
  • O subsecretário de Estado da Administração Interna, Rocha Andrade, natural de Coimbra, mas há muito a trabalhar em Lisboa, recebe a mesma prestação (43,48 euros/dia). De 1995 a 1999 foi adjunto do ministro dos Assuntos Parlamentares.
Todos estes casos estão previstos na lei, desde 1980. Não é isso que se contesta, mas a moralidade (???) com que estes senhores, engravatados e a assoarem-se na gravata, nos pedem cada vez mais sacrifícios. Toda a notícia aqui.
Ah...mais um...
  • O presidente do FCP, Pinto da Costa, declara, mensalmente, um rendimento de 400 euros! Pergunta-se: como é que ele pagava as despesas no bar Calor da Noite? Em géneros...(penso eu de que...)

12.1.07

I´m like a bird...

">

11.1.07

Re(Leituras)



"Era no próprio bloco de receitas, oferta da casa Beta, e ao fim de uma procissão de mazelados, que registava freneticamente frases e fragmentos de poemas que me ocorriam.
Merda. Pus. Podridão.
Por que razão
Hei-de ser eu
O malfadado Orfeu
Deste quotidiano?
Versos de barro humano
Como adobes de carne e sofrimento.
Nenhum mistério, nenhum sentido...
Entre a dor e o lamento,
Só o abismo da morte pressentido."
Miguel Torga, in A Criação do Mundo, 3º dia
D. Quixote, 2ª edição, 1999

Para reflectir

Mais um bom negócio do governo socialista: a conclusão da CRIL vai custar mais 40 milhões de Euros do que o inicialmente previsto.
Não podiam estragar o negócio da Câmara da Amadora em Alfornelos--urbanização--onde podia passar a via e fazer-se um cruzamento…
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Por que é que a comunicação social não escreve uma vírgula sobre Schroeder, no conflito que opõe a Rússia e a Bielorrússia (como foi com a Ucrânia) por causa do gás e que afecta a Europa?
Não foi ele chanceler da Alemanha, um dos países mais afectados?
Acertou: é executivo muito bem PAGO da Gazprom (Companhia de gás da Rússia).
Ah, e foi anti-Bush! É isso… "critério jornalístico"!!!
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A Bolsa de Caracas caiu quase 19% - e isto é apenas o começo - com o anúncio da República Socialista do paranóico Hugo Chavez :a caminho da fome e da miséria de Cuba e Coreia do Norte.

10.1.07

O Ministério da (des) Educação!



A Ministra da Educação e os seus ajudantes são um caso patológico! Depois de todas as afrontas aos professores, insistiu numa série de disparates relativamente aos alunos. Veja-se o que se passou com os exames finais de Química no pretérito ano lectivo e as decisões judiciais que se seguiram, todas contra o ministério.

A irresponsabilidade continua com a introdução ou não da chamada TLEBS! Um tal dr. Luís Capucha, director-geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular, em entrevista recente, tece afirmações que levariam à demissão de toda a equipa ministerial, se houvesse algum decoro.

Afirma o senhor que a TLEBS tem deficiências e, por consequência, foi criada uma comissão ( mais uma...) para tentar pôr cobroa tais dislates. Mas acrescenta estas monstruosidades!!!!!

Às perguntas:

-Que outras medidas vai o ME tomar?
- Vamos sujeitar a TLEBS a um teste prático: saber se os alunos que aprenderam com a terminologia têm melhores resultados a Português. Vai ser já este ano que vamos fazer essa comparação, através dos exames do 9.º e do 12.º ano.
- Haverá perguntas sobre a TLEBS?
-Não, porque o que é matéria de exame são os programas. Esperamos é que os alunos que tenham tido um contacto com a TLEBS tenham melhores resultados. Se isso acontecer (é provável), significa que a inclusão da terminologia está a obter os resultados desejados.

E os desgraçados dos alunos? Em que situação ficam? E os professores? Aplicam ou não a terminologia nas suas aulas? Eu, como professor de Português de turmas de 12º ano, que faço? Acredito no que este senhor diz ou sigo o que está consignado em lei? Na frase, " um litro de vinho", continuo a classificar morfologicamente a palavra "vinho" como substantivo comum, género masculino, número singular ou como nome, não humano, não contável, massivo, conforme as orientações constantes na Nova Terminologia Linguística para os Ensino Básico e Secundário - roteiros para a acção didáctica no Secundário, Edições Asa, páginas 71-72-73?

9.1.07

Frase bem idiota...



“Onde está a liberdade dos não cristãos quando se vêem colonizados, sem escolha, por símbolos religiosos do cristianismo”? –


Fernanda Câncio, Diário de Notícias, 29 de Dezembro de 2006

P.S. Suponho que conhecem a citada senhora...

Em jeito de balanço...

De há muito que admiro o cronista Alberto Gonçalves. A sua lucidez, a sua coragem. Por isso, aqui fica o registo de uma sua crónica, em jeito de balanço, sobre o ano transacto.


2006, afinal, foi o ano em que nos pusemos definitivamente de cócoras perante a selvajaria religiosa, a pretexto do diálogo ecuménico. Um diálogo, aliás, peculiar: eles gritam, nós ouvimos e compreendemos. E cedemos.
Em 2006, uns desenhos do Profeta num jornal dinamarquês levaram a ‘rua árabe’ ao habitual frenesim de ódio e inúmeros políticos europeus a apresentar demoradas desculpas. Em 2006, a ex-deputada holandesa Hirsi Ali, célebre por não venerar devidamente o Profeta, exilou-se nos EUA após perder na Justiça a casa e a cidadania.
Em 2006, a encenação de uma ópera de Mozart, alegadamente desagradável para com o Profeta, foi suspensa em Berlim por receio de blasfémia e de atentados. Em 2006, um discurso erudito do Papa acerca do belicismo do Profeta suscitou a análise de milhões de muçulmanos analfabetos, o recorrente berreiro público e tristes circunflexões do próprio Vaticano.
Em 2006, uma coluna de opinião no ‘Le Figaro’, que insultava o Profeta, forçou o respectivo autor a descer à clandestinidade.
Em 2006, uma galeria de Whitechapel, Londres, retirou uma exposição de nus porque ofendia os seguidores do Profeta que habitam a zona.
E, em 2006, o respeito pelo Profeta impediu, de Saragoça a Birmingham, diversas celebrações natalícias.
Para os europeus e para Maomé, tratou-se, portanto, de um ano em cheio. E melhor virá. Nada na Europa, entre o vasto consenso que une a generalidade da Esquerda, certa Direita e boa parte dos ‘moderados’ sobre as mesuras a dedicar ao totalitarismo islamita, nos previne contra a sua disseminação interna. A impotência política abre o caminho, a demografia e a crescente (e imperturbável) endoutrinação das novas gerações de muçulmanos farão o resto. É questão de tempo. Até lá, brincamos às catástrofes e, enquanto o álcool não for abolido por observância às regras do Profeta, brindamos a que 2007 nos abençoe com pandemias inéditas. Sempre distraem da verdadeira doença.

7.1.07

O Anjinho Zapatero!













Como era de esperar, Zapatero foi ludibriado pelo terrorismo!!!
Na véspera dos atentados no aeroporto de Madrid, partiu para férias, tendo garantido que a situação em Espanha era de absoluta tranquilidade e que o diálogo com a ETA ia no bom caminho! Santa inocência! Teve que regressar no dia seguinte e engolir um elefante.
A comunicação social, mais uma vez, tratou-o com aquela ternura só dispensável aos que vivem em estado de graça e não o massacrou como fez com Aznar aquando do 11 Março de 2004.
Na realidade, a ETA, como qualquer outro grupo terrorista, faz o que quer dos governos, sob a capa de um “diálogo construtivo”. Zapatero não foi excepção. O cessar-fogo apenas serviu, como sempre, para reorganizar, rearmar, e planear novos atentados.
Mas Zapatero julgava-se com dons especiais, que conseguiriam pacificar a ETA!!!

Os terroristas sabem muito bem que Zapatero beneficiou, e muito, para sair vencedor das eleições, do atentado perpetrado com a conivência da Al-Qaeda, no 11 de Março. Como recompensa, retirou as tropas espanholas estacionadas no Iraque e, por isso, é uma espécie de fantoche, sem carácter para combater o terrorismo.
Se ainda não houve mais atentados é porque os terroristas (ETA, Al-QAEDA), sagazes e com arrepiante sangue frio, não querem que os espanhóis percebam o logro, votem no Partido Popular nas próximas eleições.

Deixemo-nos de ilusões, explicações filosóficas, sócio-económicas, deterministas e outras justificações mirabolantes.
O terrorismo combate-se, enfrentando-o! Se medo nem cedências gratuitas!
Para mais informações leia aqui.

6.1.07

Re(Leituras)

"Religião, naquela terra! Havia, havia um Deus ali, fanaticamente adorado, minha tia à cabeça dos crentes. Mas um Deus que não vinha na cartilha, diabólico, de que o Cristóvão era o sumo-sacerdote. Há muito já que o prestígio do antigo escravo suplantara largamente o da Inês, limitada a ser um corpo aberto aos espíritos do outro mundo. Útil para se ficar a saber a vida que levavam as almas conhecidas lá na eternidade, não tinha nenhum poder fora disso. Ora, o Cristóvão curava doenças, acendia e apagava paixões, provocava desmanchos, arredava trovoadas, aumentava ou diminuía as colheitas, embruxava e desembruxava, fazia chover. E, quando minha tia lhe descobriu tantas virtudes, não hesitou. O grande homem da fazenda passou a ser o feiticeiro."

Miguel Torga, in A Criação do Mundo, 2º dia
D. Quixote, 2ª edição,1999

Sharing all the world...

TLEBS

Se não concordas com a introdução da TLEBS, (Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário), assina a petição que se segue.

Assina petição contra a introdução da TLEBS

5.1.07

A eurodeputada Ana Gomes

A eurodeputada Ana Gomes é uma senhora defensora de causas! Todos nos lembramos, ainda, do papel que desempenhou no processo de transição para a independência de Timor. Com aquele ar sério e o verbo fácil, julga convencer toda a gente das suas convicções.
A última cruzada em que se envolveu tem a ver com os voos de aviões da CIA, com supostos terroristas ligados aos taliban ou à Al-Qaeda a bordo, que teriam invadido o espaço aéreo português, a caminho da prisão de Guantanamo. Aliás, a própria Cruz Vermelha admite que muitos desses prisioneiros seriam vítimas de tortura, desrespeitando os direitos humanos e a Convenção de Genebra.
Nesta embrulhada, o governo português tem negado essas ilegalidades e contraditado a citada eurodeputada. Até é curioso constatar que os correlegionários partidários da senhora Ana Gomes olham com algum desdém para as suas afirmações. Eu até admito que a senhora tenha razão. Afinal, nesta diplomacia feita de interesses vários e de uma hipocrisia acentuada, ninguém pode lavar as mãos e fazer de conta.

Mas eu tenho um defeito muito grande...Não gosto de uma "única verdade"! Vai daí, pus-me a averiguar e a confrontar-me com outras situações que, teimosamente, não foram notícia na comunicação social. Não fazem parte do politicamente correcto. Que mania, esta!!!
E não é que me dei conta duns voos acontecidos há uns meses, com alegados terroristas a bordo, e que não levantaram qualquer onda nos "media."?!

O caso conta-se em poucas palavras. Aquando da celebrada "Festa do Avante", vieram até nós elementos das FARC ( Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Toda a gente sabe que estes cavalheiros se dedicam ao tráfico de droga em grande escala para subsidiar as suas actividades terroristas, tais como, assassinar camponeses pobres que não lhes obedecem, ou supostamente colaboram com as autoridades legítimas da Colômbia, raptar políticos ou outros cidadãos para obter resgates, etc.etc. Portanto, tudo actividades recomendáveis!!!
Então para este caso não houve ninguém que levantasse a voz?! Hipocrisia política, desonestidade intectual é o nome que merece este silêncio cúmplice.

Pois é...Estas coisas provocam comichões...

P.S. Já depois de colocado este post, duas informações importantes. Uma, o facto do ex-ministro colombiano Fernando Araújo, sequestrado pela guerrilha das FARC desde 2000, ter conseguido fugir dos sequestradores, ontem, dia 5 de Janeiro, durante uma operação do Exército Colombiano na qual morreram seis guerrilheiros e um militar. Ainda se encontra sequestrada a ex-candidata à Presidência da República, a ecologista Ingrid Betancourt. Supõe-se que este grupo terrorista detém mais de 1000 prisioneiros.

Acrescente-se que, segundo a Human Rights Watch, 5000 crianças encontram-se ao serviço deste grupo.