31.10.07

Mulher ideal

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Telemóvel feminino


(Recebida por mail.Obrigado, Paulo)

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30.10.07

Vale a pena ver

O site seguinte mostra um desenhador russo a desenhar uma mulher de'dentro para fora'. É espectacular!!

Questão de pontuação...

Ora façam o favor de pontuar a frase...
  • Se o homem soubesse o valor que tem a mulher ficaria de joelhos à sua frente

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29.10.07

O país do Big Brother

Desde que o senhor Procurador-Geral da República afirmou que, de vez em quando, ouve uns ruídos esquisitos no seu telemóvel, levantou-se tamanho escarcéu na República que ninguém se entende. É caso para desconfiar... Veja-se o que alguns protagonistas dizem a respeito do assunto:
Vem o ministro da Justiça e afirma:
  • "Numa revisão constitucional é adequado sujeitar esta matéria a ponderação, para que Portugal tenha uma solução equivalente àquela que existe nos outros países da Europa, mas sempre passando por uma autorização de um juiz"

Numa futura revisão? E até lá, senhor ministro?

Respondem os representantes das associações dos militares e da PSP:

  • "Temos indícios muito fortes que nos permitem afirmar com segurança que os nossos telemóveis estão sob escuta"

Um dos representantes dos militares chega a afirmar que, durante uma manifestação, os telemóveis dos dirigentes da associação ficaram incontactáveis. E acrescenta que, por vezes, se ouvem "estalidos" no início de cada conversa. O presidente da associação sindical dos profissionais da polícia confirma que "há indícios, nos telemóveis, que são estranhos".

Estalidos....Indícios...Ruídos... Esta gente está doida! E na cama não ouvem estalidos? Não haverá ruídos vindos do andar de cima?

Mais a sério. A coisa é grave e mostra até que ponto a garantia de liberdade e, sobretudo, das instituições que deveriam zelar pela mesma, andam pelas ruas da amargura.

Querem ver que qualquer dia também passo a ouvir estalidos e ruídos na sala de aula por ordem da aventesma?!

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28.10.07

Ridículo...



O senhor Pinto da Costa virou, de há uns tempos a esta parte, figurante das revistas cor de rosa. Desde a sua ligação a uma tal de Carolina, que tem gosto em aparecer. Depois que não se venha queixar das perseguições e dos ataques que essa mesma imprensa lhe faz.
Decidiu casar-se, de novo, com uma antiga ex-mulher. Nada contra. Agora a citada senhora ir para a cerimónia de véu e grinalda é que já me parece ridículo. Mas cada um sabe as linhas com que se casa ou descasa.

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Eutanásia

Tema polémico o da eutanásia. Até que ponto a pessoa tem ou não o direito de morrer. Defendo que cada um de nós, no pleno uso da sua consciência, em caso de doença terminal, com comprovado sofrimento, tem o direito de exigir que não seja mantido vivo, sofrendo e fazendo sofrer as pessoas que lhe são mais próximas. Daí que seja de louvar a tomada de posição que o padre Feytor Pinto tomou ontem, num debate sobre o tema, quando se sabe a posição conservadora e contrária da hierarquia da Igreja Católica.
  • “Que não se me mantenha a vida com tratamentos que apenas prolongarão o sofrimento.”

A notícia pode ser lida no correio da manhã.

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26.10.07

Escola com amianto


Noticiário das vinte horas na SIC: ESCOLA COM AMIANTO

  • "Alta taxa de mortalidade com cancro"
  • "Não há prova da relação entre mortes e amianto"

Não sei nada dos perigos do amianto...Mas que as televisões jogam com a manipulação da informação, lá isso é verdade.

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25.10.07

Jorge Coelho e o PS

Há anos que vejo, com alguma regularidade, o programa "Quadratura do Círculo", na SIC-N. Desde sempre Pacheco Pereira, embora alinhado politicamente, consegue emitir opiniões pessoais e criticar, às vezes duramente, o partido a que pertence, o PSD. Aconteceu, por exemplo, no tempo de Santana Lopes, e nos últimos anos também. Lobo Xavier, mais diplomático, suaviza as suas críticas e, muitas vezes, não consegue libertar-se dos interesses económicos a que está ligado. Jorge Coelho é um caso paradigmático do homem do aparelho, no caso o PS. Nunca lhe ouvi uma crítica substantiva, um comentário menos abonatório em relação ao seu partido. É uma espécie de defensor oficioso do PS. E o seu discurso não foge ao politicamente correcto e a um conjunto de lugares-comuns. De vez em quando, sai-se com afirmações que bradam aos céus. Como foi ontem o caso. A própósito do acordo a que chegaram os representantes dos 27 membros da União Europeia para a assinatura do Tratado Constitucional, teceu loas ao papel do chefe, e fez esta afirmação, verdadeira pérola da estupidez:
  • "Depois do acordo a que chegaram os países na cimeira de Lisboa, acordo histórico, o primeiro-ministro ficará com motivação para, no que resta da legislatura, resolver os problemas dos portugueses e levar o país a sair da crise em que se encontra."

Se ele o diz, quem sou eu para duvidar de tão douta premonição!

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24.10.07

A Revolução de Outubro

Assinalam-se amanhã os noventos anos da revolução de outubro ou bolchevique que pôs fim ao regime czarista na Rússia de 1917. E que veio a dar origem, mais tarde, à União Soviética. O comunismo instalava-se e abria as portas a movimentos revolucionários por todo o mundo. O sonho de uma sociedade sem classes, sem oprimidos, era a bandeira. Passados estes anos, que se pode dizer?
Tudo ruiu. A União Soviética desmembra-se quando as contradições de uma sociedade fechada e opressora não encontra caminhos e soluções para os problemas que a afligiam. O império soviético, tão ardilosamente construído, esmorona-se porque a concretização da ideologia em que assentava gerou uma oligarquia dominante e se transformou num embuste.
Ninguém pode negar, hoje em dia, os milhões de mortos que, sobretudo no reinado de Staline, marcaram a dita revolução socialista. O ideal libertário redundou numa das maiores fraudes do século passado. Ninguém de bom senso negará que milhões de pessoas não encontraram a felicidade prometida e, logo que se abriu uma janela de oportunidade, procuraram nos países ocidentais aquilo que, afinal, lhe negaram durante anos: maior prosperidade e maior liberdade.

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23.10.07

Era socrática



Adequado aos tempos que correm...

(Recebida por mail. Obrigado, M. Paulo)

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22.10.07

A Entrevista

Durante este fim de semana grande, parte dos noticiários foi ocupada com a afirmação do Procurador-Geral da República(PGR), ao semanário Sol, de que o seu telefone estaria, eventualmente, sobre escuta. Caiu-lhe tudo em cima. Desde magistrados a comentadores, todos afirmaram que o homem devia estar louco e a demissão seria o caminho a seguir. Realmente o senhor devia ter medido melhor as palavras e saber que há coisas que não se devem nem podem dizer. Se a Justiça, em Portugal, já é encarada como andando nas ruas da amargura e há uma desconfiaça generalizada por parte da população nos agentes judiciais, as afirmações apenas vieram acentuar essa descrença.
No entanto, na citada entrevista, o PGR teceu outras afirmações que deveriam merecer a atenção devida:
  • "Vou fazer uma directiva aos magistrados para darem prioridade aos inquéritos relativos a agressões a médicos e pessoal hospitalar, por um lado, e, por outro, a professores e demais funcionários das escolas. A sensação de impunidade nestas situações tem de acabar. Um miúdo de 15 ou 16 anos que exerce violência sobre o colega ou o professor, e que a directora, porque tem medo, não participa às autoridades, é uma situação tremenda. Cria-se um sentimento de impunidade e o miúdo pensa que é ‘o maior’. Depois contagia outro colega, que também quer ser ‘chefe’ e faz igual. Finalmente, gera-se uma desconfiança no Estado, pois os pais interrogam-se: ‘Então, até na escola?’. Isto parece uma coisa pequenina, mas é muito importante."

Sabendo de antemão que a violência nas escolas é um problema complexo, não deixo de salientar esta preocupação por parte do principal responsável pela aplicação da Justiça no País.

Duvido é que depois do que disse alguém ainda o leve a sério.

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19.10.07

Paradoxos


O dia de ontem deve ter provocado reacções contraditórias na opinião pública e no governo. Por um lado, realizou-se, em Lisboa, a maior manifestação dos últimos vinte anos contra as políticas do governo. Cerca de 200 mil, segundo diversos órgãos de comunicação social, disseram basta a Sócrates e a uma política que não tem respeitado nada nem ninguém, sobretudo os funcionários públicos, alvo a abater por sucessivos governos. À noite, a coroa de glória mediática com o acordo do tratado de Lisboa, celebrado pelos representantes dos vinte e sete países da União Europeia.

Não quero tirar conclusões precipitadas, mas, infelizmente, julgo que Sócrates se ficou a rir...

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18.10.07

Hoje não ataco a sinistra ministra!

Segundo despacho do secretário de estado da educação, os conteúdos programáticos a serem testados nos exames nacionais do 12º ano, nas disciplinas trienais, como Português e Matemática, apenas abrangerão os leccionados no último ano deste ciclo de escolaridade.
Haja Deus! Com tanto disparate feito por esta equipa ministerial, uma medida de bom senso!

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A farsa dos aumentos salariais

Em mais uma das encenações mediáticas em que é mestre, o Governo veio afirmar a vontade de ajustar os aumentos salariais da função pública, para o ano de 2008, ao índice da inflação. Segundo Sócrates, "iria haver um esforço para que os funcionários públicos não perdessem poder de compra no próximo ano."
O dirigente do sindicato dos quadros técnicos do estado, Bettencourt Picanço, veio desmistificar essa ideia e alertar para outros ataques que estarão na forja. Em artigo de opinião que escreve na edição de hoje do jornal 24 Horas, afirma que, mais uma vez, o Governo se prepara para impor um aumento salarial, partindo de valores previstos para a inflação que são falsos ou de duvidosa credibilidade:
  • " Chegados a 2007, quando somos chamados a negociar qual deve ser a actualização salarial, somos confrontados com mais do mesmo. Isto é, o Governo vem dizer que a inflação em 2008 será de 2,1% e propõe uma actualização salarial de 2,1%. Sabendo como se sabe, que ela será, de novo, 2,3% ou 2,4%."

Mas o mesmo dirigente sindical questiona outra das afirmações propagandísticos do Executivo. Estarão para aprovação, na Assembleia da República, duas propostas de lei, uma relativa à avaliação do desempenho, outra aos vínculos, carreiras e remunerações. Aquilo que se prepara para aplicação imediata é a aplicação do novo sistema de progressão, ainda que nas antigas carreiras.

  • Trata-se de uma escandalosa alteração das regras do jogo, sem negociação, unicamente para promover o 3º congelamento das progressões."

Não falta muito para saber quem fala verdade...

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Processo Casa Pia

Depois de uma aparente acalmia, voltou em força o conhecido processo Casa Pia. Pedro Namora saiu a terreiro para afirmar ao Diário de Notícias que " Mário Soares, Maria Barroso, Ferro Rodrigues, Sócrates, Augusto Santos Silva, Mariano Gago e até o ministro da Saúde foram actores neste processo."
Depois de se terem ouvido muitas críticas em relação às alterações ao Código Penal - algumas dessas vozes afirmam que elas tiveram em conta este mediático processo - entende-se cada vez melhor o estado pantanoso em que se encontra a Justiça em Portugal.

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17.10.07

Dia Mundial contra a Pobreza

Comemora-se mais um dia de luta contra a pobreza. São comuns, por esta altura, as explicações para este flagelo que envergonha todos, sobretudo os chamados países desenvolvidos. Multiplicam-se afirmações de boa vontade, damos conta das boas intenções dos governos e instituições várias. Em Portugal, ficou a saber-se que, nos últimos anos, se houve muitas pessoas que engrossavam as estatísticas dos mais pobres e conseguiram abandonar essa situação, um número significativo de pessoas fez aumentar o número daqueles que nos envergonham como sociedade dita desenvolvida e de abundância.
O melhor que me ocorre, nesta ocasião, é lembrar tempos idos e o que o Padre António Vieira, com toda a actualidade, disse a este propósito:
" Antes porém que vos vades, assi como ouvistes os vossos louvores, ouvi também agora as vossas repreensões. Servir-vos-ão de confusão, já que não seja de emenda. A primeira cousa, que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos o mal. (...) Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças: e cruzar as ruas, vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele entrar e sair sem quietação, nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão-de comer e como se hão-se comer."
Padre António Vieira, in Sermão de Santo António aos Peixes, 1654

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Dalai Lama, Bush e ...Portugal

Na sua recente passagem por Portugal, Dalai Lama não conseguiu ser recebido nem pelo Governo, nem pelo Presidente da República. Se este último se desculpou, dizendo que apenas teve conhecimento da visita por mail, a posição do Executivo primou pela hipocrisia, sob a capa de argumentos políticos pouco convincentes. Depois da sua passagem por aqui, foi a mesma individualidade recebida pela chanceler Merckl e, agora, oficialmente, pelo Presidente Bush, nos Estados Unidos. Foi, até, condecorado com uma das mais altas insígnias deste país. O governo de Sócrates invocou motivos políticos para não ferir a susceptibilidade das autoridades chinesas, mas há momentos em que é preciso enfrentar poderes instalados e não ceder a chantagens mais ou menos disfarçadas. Numa época de globalização, quem arriscará mais com as atitudes tomadas: a Alemanha, os Estados Unidos ou Portugal?
Pois é, há países que precisam de se colocar em bicos de pés para se fazerem notar, mesmo que tenham de vergar a coluna. Foi o caso de Portugal.

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15.10.07

Gato Fedorento

Para quem ontem não teve a oportunidade de ver mais este momento humorístico arrasador dos Gatos...

http://www.rtp.pt/wportal/sites/tv/gato_fedorento/

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O panteão da memória

"A trasladação de Aquilino Ribeiro para o Panteão Nacional não é todavia a melhor homenagem que se poderia ter-lhe prestado e o autor de O Malhadinhas não ficou a ganhar muito com isso. Não é de crer que a pompa cívica dos rituais de Estado lhe tenha trazido mais leitores e essa é que seria a consagração essencial. (...) O panteão para os grandes criadores da cultura é o da memória. É nele que está Luís de Camões (...) O panteão da memória é uma pedra angular desse sistema em que todos somos responsáveis. A escola não pode ser transformada em panteão da... desmemória!"
Vasco Graça Moura, in DN, 10 outubro
( repescado no blog amigo Ave Azul)

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O paradigma socrático

O sítio da minha escola assinala, suponho que com orgulho, o número de candidatos ao Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC). Setencentos, isto apenas referente ao nível do secundário. Número não muito distante dos alunos matriculados no regime diurno. Aparentemente, é um número esmagador. Para mim, céptico talvez, é sobretudo ilusório. Neste novo paradigma socrático para a educação, tenho enormes reservas quanto aos objectivos, ao processo e à avalição. Não estaremos, de novo, num processo em tudo semelhante às accções de formação, subsidiadas pelo Fundo Social Europeu, levadas a efeito há anos, e que levaram dirigentes sindicais, como Torres Couto, ao banco dos tribunais? Outra dúvida pertinente: esta formação tem como objectivo primeiro a qualificação ou, sobretudo, a validação de competências? Não é diferença de somenos...

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11.10.07

A nova bandeira de Portugal


(Recebida por mail. Obrigado, Francisco Rodrigues)

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10.10.07

A mobilidade para o cemitério

Já não chegavam as inúmeras tropelias que a ministra da educação faz aos docentes que se encontram em perfeitas condições de saúde, vem agora ameaçar quem se debate com doenças várias. Não basta a estes últimos confrontarem-se com problemas que decorrem da sua situação clínica, chega-lhes agora a ameaça da mobilidade e a reconversão de carreiras com a consequente perda de direitos. A notícia pode ser lida aqui.
Não há nada nem ninguém que ponha fim a esta máquina trituradora e desumana em que se converteu o ministério da educação!

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9.10.07

Sócrates...Salazar

Tem alguma piada e não ofende...

Salazar
Outrora
Caiu;
Retornou
Agora
Transformado
Em
Socialista

(Recebida por mail. Obrigado, Manuel Saraiva)

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O nervosismo de Sócrates

O governo encontra-se, sensivelmente, a meio do mandato. A novidade do poder e o perfume que isso acarreta esfumam-se cada vez mais. Não se estranha, por isso, o crescente nervosismo dos governantes e o clima autista em que parecem viver. Só assim se explicam as reacções intempestivas de que dão mostras.
Perante o crescente aumento do número de desempregados, Sócrates desvaloriza-o, desmente-o e mantém a ilusão de cumprir a promessa eleitoral de criar 150 mil empregos durante a legislatura.
Confrontado com manifestações hostis à política governamental, manda as polícias vigiar, identificar e ameaçar. O anterior discurso, politicamente correcto, " vivemos num país onde os protestos são legítimos" , é substituído pelo velho chavão: "estão ao serviço do partido comunista."
Cada vez mais descrente em resultados positivos na sequência de políticas cegas e mal justificadas, enreda-se o governo em promessas mirabolantes e de resultados incertos. Não admira, portanto, que leve a cabo acções propagandísticas para o que conta com uma imprensa bajuladora - nomeadamente a RTP - e com uma oposição inexistente ou desacreditada. Daí o lançamento da companha de computadores para alunos e professores a preços supostamente invejáveis; os milhões a investir em barragens; as somas astronómicas a investir em obras públicas como o TGV e OTA.
Entretanto, a classe média vive cada vez mais asfixiada com o empréstimo à habitação e com a subida em flecha dos bens de primeira necessidade, os mais pobres vegetam e os ricos e novos-ricos florescem à custa da especulação e das benesses que o poder político lhes concede.

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8.10.07

A reforma do funcionário público


É o que nos espera, caros amigos. Ainda assim, com a obrigatoriedade de frequentar acções de formação no âmbito das "novas oportunidades".
(Recebida por mail. Obrigado, VM)

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6.10.07

Dia Mundial do Professor

Comemorou-se ontem o Dia Mundial do Professor. Para além do simbolismo destas datas, que cada vez dizem menos às pessoas, importa reter dois ou três pensamentos. Sabia-se, de véspera, que o discurso do Presidente da República, nas comemorações do 5 de Outubro, ia incidir sobre a educação. Seria previsível que a ministra da dita estivesse presente, já que foram vários os ministros e secretários de estado a assistir às cerimónias. A dona Lurdes esteve ausente, devia estar ocupada com a cultura dos tomates. Não falou. Mandou o assessor falar. Não se lembrou de dar uma palavra aos milhares de professores. Nem ela, nem os adjuntos. Para eles, os educadores devem ser uns ingratos. Uma figura destas à frente do ministério da educação é um atentado à inteligência das pessoas, uma vergonha nacional. Não há ninguém que a mande apanhar gambozinos?
Noutro plano, ficamos a saber pelo primeiro que a política do governo tem em atenção os professores (credo!), não os sindicatos. Mas não devem estes, justa ou injustamente, com mais ou menos representatividade, dar voz aos anseios e preocupações dos professores? Essa afirmação dita por Portas não espantaria, vindo de um governo socialista causa vómito.
No âmbito do dia mundial do professor, o secretário-geral da fenprof veio denunciar aquilo que já se sabia mas que é bom não esquecer. Centenas ou milhares de professores, contratados por empresas privadas, responsáveis pelo complemento curricular nas escolas do 1ºciclo, são pagos a 4 euros a hora. Mais que isto pago eu à mulher a dias.
Abençoado país que tão nobremente (não) valoriza a educação!

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5.10.07

O discurso de Cavaco no 5 de Outubro

Concorde-se ou não com a personagem, o discurso do Presidente da República deve ser lido com atenção. Por várias razões:
  • foge aos lugares comuns, tão habituais em época de "sound bytes" e de propaganda.

"Referi também, há precisamente um ano, neste mesmo lugar, os ideais cívicos do republicanismo, enaltecendo a dimensão ética da cultura republicana e as exigências daí decorrentes, nomeadamente no que respeita à responsabilização dos titulares de cargos públicos e ao combate à corrupção." (...)

"Não por acaso, a Primeira República foi um período em que se destacaram notáveis pedagogos, em que foram lançadas iniciativas inovadoras, como as escolas-oficinas, ou aprofundados projectos educativos, como o dos jardins-escolas."

  • centraliza grande parte do discurso na educação.

"De acordo com os dados do recenseamento populacional de 2001, 45% da população entre os 18 e os 24 anos não foi além da escolaridade obrigatória nem frequentou qualquer curso de formação profissional. (...) Nesta ocasião, gostaria de propor aos Portugueses um novo olhar sobre a escola, sobre um modelo escolar construído à luz da ideia de inovação social. (...) Temos, de facto, de adoptar uma nova atitude perante a escola. Temos de perceber que aí residem os activos mais importantes do nosso futuro."

  • critica um certo laxismo dos pais e encarregados de educação.

"Preocupamo-nos em cuidar dos nossos filhos no plano material, mas é frequente julgarmos que a educação, o bem mais importante e decisivo para o seu futuro, é tarefa que compete sobretudo a outros. Muitos continuam a encarar as escolas como «fábricas de ensino», para as quais enviam os filhos e aí depositam por inteiro o trabalho de os formar para o futuro. A primeira grande interpelação deve ser feita aos pais: de que modo participam na educação dos vossos filhos?"

  • valoriza o papel do professor ( Ah, há quanto tempo não ouvia (lia) isto!!!)

"Esse envolvimento pressupõe também, como é natural, que a figura do professor seja prestigiada e acarinhada pela comunidade, o que requer, desde logo, a estabilidade do corpo docente. É também necessário compreender que, em larga medida, a dignidade da função docente assenta no respeito e na admiração que os professores são capazes de suscitar na comunidade educativa, junto dos colegas, dos pais e dos alunos. A comunidade envolvente deve apoiar os professores na sua missão. O combate ao abandono ou ao insucesso escolar, por exemplo, não pode ser empreendido apenas pelos docentes."

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O terrorismo da ETA

Há para aí uns líricos que procuram arranjar atenuantes para os actos terroristas, sejam da ETA ou de qualquer outra organização. Procuram justificações de todo o tipo. Sociológicas, económicas, nacionalistas...sei lá que mais. Talvez até uma questão de genes.. Em Espanha, há um senhor, Baltazar Garzon, juiz, que não lhes perdoa. Para ele, a ETA deve ser tratada como organização terrorista, sem atender às subtilezas que estes grupos costumam engendrar. Isto de um grupo terrorista ter um "braço político" legal só engana os mais inocentes. Como aconteceu, durante muito tempo, com o governo de Zapatero. Agora o magistrado não esteve com meias medidas e deteve toda a cúpula do Batasuna. Num estado democrático, há regras que devem ser aceites por todos, independentemente de se concordar ou não. O caminho para a contestação não pode ser o crime contra tudo e contra todos.

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3.10.07

A nova terminologia linguística

De há anos a esta parte, é grande a polémica e a confusão sobre a Terminologia Linguística de Português para os Ensino Básico e Secundário (TLEBS). A falta de cuidado com que se implementou, as críticas contundentes que se fizeram ouvir levaram os responsáveis do ministério a suspender a sua aplicação, no ensino básico, e a fazer uma revisão da mesma. Segundo informação do próprio ministério, essa revisão chegou agora ao fim, encontrando-se, em discussão pública, o documento.
No entanto, os professores e alunos, no ensino secundário, confrontam-se com dificuldades acrescidas. Os manuais escolares do 10º ano de escolaridade encontram-se pejados de termos de acordo com a TLEBS, não estando os alunos ( e os professores) familiarizados com os conceitos aí utilizados. Como não se sabe o que vai resultar deste último documento agora revisto, corre-se o sério de risco de estarmos a introduzir termos e conceitos que podem estar desajustados daqui a pouco tempo. Para dar apenas dois exemplos, aqui se deixam dois casos que decorrem do que atrás se disse.
Considerando a palavra "Qualquer", estão os alunos habituados a classificá-la, morfologicamente, como determinante ou pronome indefinido; segundo a TLEBS, deve classificar-se como quantificador universal.
Na frase, " Todos levavam muito em gosto, na freguesia, o casamento", a função sintáctica da expressão "na freguesia" era, até ao 9º ano, vista como um complemento circunstancial de lugar; aplicando a TLEBS, passa a designar-se " modificador preposicional".
Não quero pôr em causa os conceitos subjacentes a tais designações. Cientificamente estarão correctos. O que critico é a experimentação e o carácter provisório de tudo isto, com as consequência desastrosas para o ensino do Português. Que decida depressa o ministério sobre este e outros casos para não continuar a justificar os seus erros atirando as culpas para alunos e professores.

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1.10.07

O sistema de Louçã

Instado a pronunciar-se sobre a eleição de Menezes para o PSD, Louçã afirmou:
  • "A forma como se desenrolou a confrontação interna no PSD é uma prova gritante da crise do sistema político."

Esta constatação de Louça vem a na sequência de muitas outras e não causa estranheza a quem analisar o pensamento político do dirigente do Bloco de Esquerda. Este partido apareceu na cena política ao aglutinar uns grupos da esquerda radical que, dispersos, não se faziam ouvir. É uma amálgama de ideologias com um factor comum: criticar tudo e todos, apresentando-se com a imagem de uma esquerda moderna, actuante e com um desprezo, subliminar, pela apelidada democracia burguesa e parlamentar. Apesar de fazer da Assembleia de República o palco privilegiado da propaganda política, apesar da beneficiar dessa janela de liberdade que esse espaço plural lhe permite. O comentário à eleição de Menezes deve ser também entendido neste contexto.

Que sistema político advoga o senhor Louça? Como deve ser concretizada, a nível político, a diversidade de opiniões? Com esta democracia burguesa que ele critica, mas de que beneficia? Ou com o poder aos operários, camponeses, soldados e marinheiros, antigo slogan dos grupelhos que formam o bloco? Em que sistema político se revê o senhor Louça? No parlamentar, vigente na maioria dos países desenvolvidos, ou em sistemas monopartidários próprios de regimes totalitários?

O processo que levou à eleição de Menezes deve ser criticado. Mas a chamada democracia representativa tem, no seu seio, alternativas. Assim o queiram os dirigentes partidários. E Há-os nos diversos partidos que compõem o espectro democrático. Ainda este fim de semana tivemos o exemplo da vizinha Espanha, onde um grupo de descontentes, com o filósofo Fernando Savater à cabeça, decidiu formar um movimento cívico de contestação às políticas ultra-liberais e conservadoras seguidas. A alternativa não é, portanto, a alteração do sistema político, como sugere Louça, mas a regeneração de políticas, de processos, de objectivos, no quadro do sistema pluripartidário. Apesar de todos os defeitos, ainda é neste sistema que me revejo e em que acredito.

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